6 de outubro de 2014

Grupo Bike Jacobina apresentará projeto de implantação de ciclovia na cidade


Muito tem se falado sobre ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota… Jacobina passa por um processo de recapagem das rodovias e vias urbanas, seria um bom momento para aplicação destes.

Mas qual a diferença? Nossa cidade tem a necessidade? Qual benefício traria à população? Vejamos algumas situações...

Boa iniciativa para algumas cidades baianas.. 




Ciclovia


É um espaço segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que há uma separação física isolando os ciclistas dos demais veículos. A maioria das ciclovias de orla de praia são exemplos de vias segregadas.

Essa separação pode ser através de mureta, meio fio, grade, blocos de concreto ou outro tipo de isolamento fixo. A ciclovia é indicada para avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do tráfego rápido e intenso.


Ciclofaixa


É quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo (inclusive cones ou cavaletes). Pode haver “olhos de gato” ou no máximo os tachões do tipo “tartaruga”, como os que separam as faixas de ônibus. Indicada para vias onde o trânsito motorizado é menos veloz, é muito mais barata que a ciclovia, pois utiliza a estrutura viária existente.


Ciclorrota


De uso mais recente, o termo ciclorrota (ou ciclo-rota) significa um caminho, sinalizado ou não, que represente a rota recomendada para o ciclista chegar onde deseja. Representa efetivamente um trajeto, não uma faixa da via ou um trecho segregado, embora parte ou toda a rota possa passar por ciclofaixas e ciclovias.

As Ciclorrotas do Brooklin, Lapa e Mooca, em São Paulo, são exemplos dessa infraestrutura, que está contida em um tipo de implementação mais abrangente chamado Bicycle Boulevard.

 


Ciclovia operacional


Faixa exclusiva instalada temporariamente e operada por agentes de trânsito durante eventos, isolada do tráfego dos demais veículos por elementos canalizadores removíveis, como cones, cavaletes, grades móveis, fitas, etc.

As Ciclofaixas de Lazer, montadas aos domingos em várias cidades, são tecnicamente ciclovias operacionais, já que são temporárias e têm sua estrutura removida após o término do evento semanal.



Espaço compartilhado


O tráfego de bicicletas pode ser compartilhado tanto com carros quanto com pedestres. Mas vamos nos ater ao compartilhamento da via com os veículos motorizados, pois essa é a grande luta dos cicloativistas hoje.

Pela lei, quando não houver ciclovia ou ciclofaixa, a via deve ser compartilhada (art. 58 do Código de Trânsito). Ou seja, bicicletas e carros podem e devem ocupar o mesmo espaço viário. Os veículos maiores devem prezar pela segurança dos menores (art. 29 § 2º), respeitando sua presença na via, seu direito de utilizá-la e a distância mínima de 1,5m ao ultrapassar as bicicletas (art. 201), diminuindo a velocidade ao fazer a ultrapassagem (art. 220 item XIII).

Mesmo tudo isso estando na lei, muitas pessoas ainda acreditam que a bicicleta não tem direito de utilizar a rua. E são essas pessoas que colocam o ciclista em risco, passando perto demais, buzinando e até mesmo prensando o ciclista contra a calçada. Também não compreendem o ciclista que ocupa a faixa, sendo esse o comportamento mais seguro (recomendado pela CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), pois dessa forma a bicicleta trafega como o veículo que é, ocupando o espaço viário que lhe é de direito.

Diante da popularização do ciclismo e aumento nas vendas de “bike”, como observado em pesquisas, é de suma importância cidades como Jacobina terem uma política voltada ao esporte. Dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Bicicleta (Abradibi), mostram que em 2011 foram vendidas 6 milhões de unidades. No mesmo ano, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 3,6 milhões de automóveis novos vendidos. Os números são parecidos com anos anteriores. Na Bahia destacamos cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana, Salvador, possuindo malhas cicloviárias e políticas municipais que envolvem o ciclismo e a bicicleta como importante meio de transporte. 

Lembramos também que Jacobina possui diversas belezas naturais, compostas de cachoeiras, serras, trilhas, rios, que podem ser explorados com a utilização da Bike. É necessário salientar a participação da ASSOCIAÇÃO CICLÍSTICA BIKE JACOBINA, composta de aproximadamente 50 ciclistas e que promovem expedições e passeios para conhecer lindos lugares da nossa região.

Deve-se salientar também que no mundo moderno, a utilização de meios sustentáveis, como a bicicleta, ajudam, senão colaboram para melhoria da vida do cidadão. Doenças cardiovasculares, obesidade, depressão são exemplo de doenças que podem ser amenizadas como a prática constante do ciclismo urbano e de mountainbike.

Portanto, Fazer entender que a rua é de todos, que o espaço público deve ser compartilhado, que as bicicletas também transportam pessoas que têm família, amigos, filhos, amores, é hoje muito mais importante que exigir ciclovias aqui e ali, que só serão úteis dentro de um plano cicloviário completo e integrado abrangendo toda a cidade, contemplando ciclovias, ciclofaixas, espaços compartilhados com carros ou com pedestres e ciclo-rotas sinalizadas.

Conheça o ciclismo, e entenda o motivo de ser um dos esportes mais apaixonantes.